O que fazia, / Durante o dia, / Mas insistia / Em não contar?
Em toda idade, / Sempre a verdade, / Sem falsidade, / É bom mostrar!
Tecia a paz, / Que ninguém faz,
E que é capaz / De o Céu criar!
E o que procura, / Em noite escura, / Isso é loucura, / Como explicar?
Seja prudente, / Chame mais gente, / E não mais tente / Sozinho achar!
Procuro a paz, / Que ninguém traz,
E que é capaz / De o amor plantar!
Sei que você / Na Vida crê, / Isto porque / Vive a rezar!
Na vida canta, / Que a vida é santa, / Que lhe adianta / Se vai passar?
Morro na paz, / Que satisfaz,
E que é capaz / De o Céu me dar!
Nota: Texto escrito há quase quarenta anos, quando um amigo me questionava sobre a paz em diversos momentos da vida, tema que ele não levava tanto em consideração. As interrogações aqui seriam então as dele, por mim reescritas com fidelidade ao sentido inicial. Minhas respostas, aparentemente pessimistas, eram sim enfáticas com relação ao valor da paz, respostas então lá formuladas com fortes apelos existenciais.
João de Araújo