Pelos degraus do infinito

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I

Meu ideal não busca, Senhor,
os tesouros do mundo,
noutro horizonte me mostras
um tesouro maior.
Nem meu coração sonha
com glórias terrenas,
pois estas, cedo ainda,
serão sepultadas!

II

Em meus caminhos
existem espinhos,
junto das rosas
eles também existem.
Mas, graças a ti,
sou o que sou,
não me pesa a cruz
por veredas de paz!

III

Antes de pensar
em ter vida longa,
me ensinaste a pensar
nos instantes da vida!
E planto na vida,
com gotas de amor,
o céu que me dás
para eu dar e amar!

IV

Sinto-me tão fraco
na fraqueza do próximo,
mas procuro amá-lo
como se forte ele fosse!
O erro eu detesto,
sem detestar os que erram,
pois, se perdão sei pedir,
também sei perdoar!

 

V

Não posso medir
as extremidades da Terra,
mas posso louvar-te,
ó Deus Criador!
Se jamais penetrei
em abismo profundo,
tu sempre me deste
profundezas de amor!

VI

Meu sonho é sonho
de mundo risonho,
e minha vida é tecida
com fios de esperança!
Queres que minhas pegadas,
em todos os caminhos,
revelem a todos
as tuas pegadas!


João de Araújo

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João de Araújo - Pelos degraus do infinito