(Convite à conversão)
Se nada fazes que te projete na eternidade,
Se julgas com facilidade, mas a ti mesmo não julgas,
Se cultuas a tua sombra e as tuas exterioridades,
Se só te empolgas com as tuas vitórias,
Se pensas que, bem melhor do que os outros, ocupas teu espaço,
Se dás asas aos instintos e mais força às paixões,
Se não te comoves com os gestos simples de paz,
Se não plantas rosas por causa de seus espinhos,
Se o canto dos pássaros só te faz querer possuí-los,
Se nada te inspiram as nuvens que voam,
Se a dor dos que sofrem não é por ti partilhada,
Se levas outra água por caminhos de fontes,
Se amas os ruídos do mundo, sempre em busca do nada,
Se tudo o que vês podes ver só com os olhos,
Se justificado te sentes pelo pecado do próximo,
Se tuas alegrias são sempre só tuas alegrias,
Se só plantas na vida para tu mesmo colheres,
Se tens mesa farta, mas nunca partes o teu pão,
Se não choras na vida, alegando que és forte,
Se é o tudo que tens que te torna conhecido,
Se não contemplas o universo, nem a ti mesmo contemplas,
Se não te interrogas nem te questionas,
Se teus rastos na Terra não deixam saudades,
Se...
Se...
Ainda não vives a verdade do Reino,
Mas, alegra-te, pois Deus anseia pela tua conversão!
João de Araújo