Eis a Terra, a voar pelo espaço infinito.
Na harmonia do céu, e com planetas-irmãos, acompanha o Sol em sua viagem cósmica.
Distantes, infinitamente distantes, outros sóis lhe acenam com bandeiras de paz.
Como nave de Deus, e no silêncio do infinito, busca outros céus, girando em proezas, num espetáculo de fé.
Nela me puseste, Senhor, como viajante saudoso, a voar também, em busca de ti.
E nela me encontro, sem medo, a cantar teus louvores, a sonhar sonhos do céu, num mundo de flores e de harmonia.
Nela me encontro a plantar o teu Reino,
que tão cedo cativa,
tão cedo transforma
e tão cedo liberta.
E a Terra não trepida, Senhor, nesta viagem de paz, pois tu, na sabedoria de um Deus, assim o quiseste.
E a criança então dorme o sono inocente – como um anjo do céu, em berços humanos.
O velhinho balança, com sorrisos de encanto – revelando uma vida que em ti floresceu.
A abelha solícita nas plantas então pousa – pensando somente no mel para ti.
E eu vislumbro, Senhor, um mundo melhor – sem tragédias e sem bombas, e só com rostos irmãos.
Pois eu sei que esse mundo tu sonhas e que, nos embalos da paz, sua harmonia contemplas!
João de Araújo